Como Fazer um Jogo de Memória Sensorial Montessori

Quem disse que memória só se treina com cartas de papel? No mundo Montessori, a memória também é tátil, auditiva, olfativa — sensorial! E é justamente por isso que o jogo de memória sensorial Montessori faz tanto sucesso com crianças pequenas.

Essa atividade simples, que pode ser feita em casa com materiais do dia a dia, estimula os sentidos enquanto fortalece a concentração, o foco e a capacidade de associação. Tudo isso de forma lúdica e respeitando o tempo da criança.

Se você está buscando uma maneira divertida de ensinar seu filho enquanto brincam juntos, prepare-se para criar um jogo de memória como você nunca viu: usando o tato, o som e até o cheiro!

O que é um jogo de memória sensorial Montessori?

O jogo de memória sensorial Montessori é uma versão multissensorial do clássico jogo da memória. Em vez de cartas com imagens duplicadas, aqui usamos texturas, sons, pesos e até cheiros para formar pares que a criança deve descobrir explorando os sentidos.

A proposta está alinhada aos princípios montessorianos de:

• Aprendizado ativo
• Exploração sensorial real
• Material concreto e manipulável
• Autonomia e repetição natural

A criança toca, ouve, cheira, compara — e aprende brincando!

Benefícios da atividade para crianças pequenas

Esse tipo de jogo oferece inúmeros benefícios para crianças entre 2 e 4 anos. Veja alguns deles:

• Desenvolve a memória sensorial e de curto prazo
• Estimula a concentração e o foco
• Trabalha a coordenação motora fina e o tato
• Expande o vocabulário sensorial (áspero, liso, macio, etc.)
• Promove a autonomia e a autoavaliação

E o mais legal: não precisa de telas, nem de brinquedos caros. Tudo pode ser feito com objetos que você já tem em casa!

Materiais necessários (simples e acessíveis)

Antes de colocar a mão na massa, veja o que você pode separar:

Para jogo tátil (tocar com as mãos):

• Retalhos de tecidos diferentes (veludo, algodão, lã, feltro)
• Lixas com diferentes granulações
• Algodão, papel bolha, EVA, cortiça
• Cartões ou tampas de pote para colar os materiais

Para jogo auditivo (ouvir sons):

• Potes ou cápsulas com arroz, feijão, areia, grãos, miçangas
• Recipientes com tampas iguais e bem fechadas (tipo Kinder Ovo ou potes pequenos)

Para jogo olfativo (cheirar):

• Saquinhos com canela, café, ervas, cravo, etc.
• Pequenos frascos de plástico ou algodão embebido em essências

O segredo é: sempre montar pares iguais para que a criança possa buscar os que combinam.

Passo a passo: como montar seu próprio jogo

Agora, vamos montar um jogo de memória sensorial tátil — o mais fácil para começar!

1. Escolha 4 a 6 tipos de textura

Separe tecidos ou materiais com diferenças claras entre si. Por exemplo: algodão, lã, lixa, plástico bolha.

2. Corte em pedaços iguais

Use o mesmo tamanho para todos os pares. Pode ser 6x6cm, por exemplo.

3. Cole os pedaços em bases iguais

Use tampas de margarina, cartões de papelão ou pedaços de madeira. O importante é que todos os cartões fiquem com o mesmo formato externo, para que a identificação seja feita apenas pelo tato.

4. Faça os pares

Cada textura deve aparecer duas vezes, formando os pares do jogo.

5. Apresente com calma

Mostre cada par, diga o nome da textura e depois embaralhe e convide a criança a encontrar os iguais.

Você pode guardar tudo em uma caixinha especial e dar um nome divertido, como “caixa do sentir”.

Dicas de apresentação para envolver a criança

• Apresente os pares com entusiasmo: “Esse aqui é bem áspero. E esse é super macio!”
• Use palavras sensoriais: liso, quente, frio, mole, firme… isso ajuda no desenvolvimento da linguagem.
• Mostre o exemplo primeiro: sempre faça um par na frente da criança para que ela entenda a lógica.
• Convide com leveza: “Você quer encontrar os iguais usando as mãos?”
• Evite correções imediatas: deixe que a criança descubra por tentativa e erro.

O foco aqui é no processo, não no acerto.

Variações do jogo para diferentes estímulos sensoriais

Quer explorar outros sentidos além do tato? Veja como adaptar:

1. Jogo auditivo

• Encha 4 potes com sons diferentes: arroz, feijão, areia, sininho.
• Faça os pares e feche bem os potes.
• A criança chacoalha e tenta encontrar os que têm o mesmo som.

2. Jogo olfativo

• Use algodão com essência ou ervas secas (camomila, cravo, café).
• Coloque em frascos fechados com furinhos.
• A criança cheira e procura os pares iguais.

3. Jogo de peso

• Use saquinhos com diferentes pesos (500g, 300g, 200g).
• Misture e peça para a criança identificar os pares com o mesmo peso.

Essas variações mantêm a atividade interessante e desafiam diferentes partes do cérebro.

Como adaptar para diferentes idades

• 1 a 2 anos: use apenas 2 ou 3 pares bem contrastantes e deixe a criança explorar livremente.
• 2 a 3 anos: apresente até 4 pares e incentive a nomeação das sensações.
• 3 a 4 anos: aumente para 6 pares e proponha a memorização real (embaralhar, virar para baixo e achar os iguais).

Lembre-se: o mais importante é respeitar o ritmo e o interesse da criança. Se ela se cansar, tudo bem. Guarde e tente outro dia.

Conclusão

O jogo de memória sensorial Montessori é uma daquelas atividades que parecem simples, mas são repletas de valor. Com materiais que você tem em casa, é possível oferecer ao seu filho uma experiência rica, divertida e cheia de descobertas.

Cada toque, cada som e cada cheiro é uma conexão nova que o cérebro da criança está formando. E o melhor: tudo isso acontece enquanto ela brinca, ri e se encanta com o mundo ao redor.

✨ Que tal começar com um jogo tátil hoje mesmo? É só pegar aquela lixa esquecida na gaveta, um pedaço de tecido e… voilá! Que comecem as descobertas!

Perguntas Frequentes (FAQ)

1. A partir de que idade posso começar essa atividade?

A partir de 18 meses, já é possível introduzir jogos sensoriais simples, com poucos pares.

2. E se meu filho não quiser jogar “do jeito certo”?

Tudo bem! O objetivo não é seguir regras rígidas, mas estimular os sentidos e o interesse. Brincar é sempre prioridade.

3. Posso usar materiais de supermercado ou recicláveis?

Sim! Rolos de papel, potes plásticos, tecidos de roupas antigas… tudo pode virar material sensorial.

4. Essa atividade ajuda na fala?

Sim! Ao associar sensações com palavras como “áspero”, “liso” ou “mole”, a criança amplia o vocabulário e melhora a comunicação.

5. Com que frequência posso fazer esse jogo?

Sempre que a criança demonstrar interesse. Você pode deixar o jogo disponível na estante para que ela pegue quando quiser.